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Problemas financeiros é a maior causa de abandono da faculdade

O Brasil é um país com uma das maiores desigualdades socioeconômicas do mundo. O Coeficiente de Gini ou Índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, apresenta o índice de 0,54, apontando uma profunda disparidade, no que tange a distribuição de renda entre os brasileiros.

Essa discrepância, se reflete em diversos setores, onde estudantes negros e de baixa renda lidam com mais obstáculos que os demais, para ingressarem em instituições de ensino e no mercado profissional, devido a carência de oportunidades.

O índice de desigualdade no Brasil

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)

O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. Na prática, o Índice de Gini costuma comparar os 20% mais pobres com os 20% mais ricos. No Relatório de Desenvolvimento Humano 2004, elaborado pelo Pnud, o Brasil aparece com Índice de 0,591, quase no final da lista de 127 países. Apenas sete nações apresentam maior concentração de renda.

Dados recentes indicam que os 10% mais ricos da população detêm cerca de 43% da renda total do país, enquanto os 10% mais pobres detêm apenas 0,7%.

Além da desigualdade de renda, a desigualdade educacional aponta uma dimensão relevante do índice de desigualdade. A falta de acesso à educação de qualidade é tida como um dos fatores potenciais que impactam para a desigualdade social.

Ademais, a desigualdade em saúde obsta o acesso a qualidade de vida. As pessoas de baixa renda possuem menos acesso a serviços de saúde qualificados, se tornado mais vulneráveis e suscetíveis a doenças.

A desigualdade educacional é uma das razões fundamentais pelas quais os estudantes negros e de baixa renda têm mais dificuldades para ingressar na faculdade e se formarem. A privação de acesso ao ensino qualificado é um obstáculo histórico no Brasil, a baixa qualidade do ensino básico, impacta diretamente as comunidades e regiões de vulnerabilidade social.

Os estudantes negros e de baixa renda, comumente têm menos alcance a cursos preparatórios para o vestibular e orientações destinadas as oportunidades de ingresso nas universidades. As instituições de ensino têm adotado políticas de ação afirmativa a fim de ampliar a diversidade entre os estudantes e reduzir o abismo socioeconômico para além das universidades.

Os empecilhos financeiros dos alunos de baixa renda têm sido um dos motivadores prevalecentes de abdicação da graduação. A escassez de recursos para quitar a mensalidade e demais custos relacionados aos estudos e qualificação profissional, implicam na desistência dos estudantes antes da conclusão do curso.

Indivíduos de baixa renda estão mais suscetíveis a dívidas e sofrem adversidades como privação de moradia, saúde e alimentação, fatores diretamente associados ao bem-estar, saúde física e mental dos indivíduos, estes quando não estruturados, impactam negativamente na rotina de sono, estudos, comprometendo a capacitação e desempenho do estudante no percurso acadêmico.

De acordo com dados do IBGE, em 2019, 75% dos estudantes universitários brasileiros eram brancos, enquanto apenas 25% eram negros. O déficit de acesso à educação de qualidade, a escassez de recursos financeiros e a discriminação são indicadores que intensificam essa disparidade.

Como solução, diversos estudantes recorrem a bolsas de estudos, empréstimos estudantis ou a programas de assistência estudantil ofertados pelas universidades. Entretanto, os empréstimos por vezes, são insuficientes e não cobrem as despesas em sua integralidade.

Segundo a pesquisadora Euristenes Portela da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, A insegurança sobre a manutenção da graduação recai com mais intensidade sobre pretos e pardos. Muitas vezes, há gasto com alimentação, transporte, materiais didáticos e moradia, e a preocupação com a geração de renda para o próprio sustento e da família.

37% dos homens pretos e pardos e 36% das mulheres pretas e pardas abandonariam a universidade por impedimentos financeiros. Para a coordenadora do levantamento Euristenes Portela, a insegurança sobre a manutenção da graduação recai com mais intensidade sobre pretos e pardos.
 
No estudo, 24% das mulheres pretas e pardas afirmam que o fator emocional, logo após a dificuldade financeira, é isso que mais as atinge.
 
O índice é de 29% entre as mulheres brancas; para homens brancos, a falta de disciplina para estudar é o maior entrave (31%).
 
Em 2018, 58% dos estudantes pretos e pardos das universidades federais – cerca de 6 em cada 10 – tinham renda familiar per capta de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.431, na época, e hoje, pouco mais de R$ 1.500). Entre os brancos, o percentual com essa renda era menor, de 36,5%.

Para além, outro indicativo que debilita o desempenho dos estudantes é o fator emocional: 24% das mulheres pretas e pardas declaram que, logo após a dificuldade financeira, é isso que as atinge. Entre as brancas, o índice é de 29%, o que faz deste o fator primordial de desistência entre as alunas. Entre os homens dos dois grupos, o tema sequer foi citado. Para homens brancos, a ausência de disciplina para estudar é o maior obstáculo, apontado por 31%.

Entre 2013 e 2018, mais de 645 mil pretos, pardos e indígenas ingressaram no ensino superior mediante a lei de cotas. Dentre estes, diversos sendo a primeira geração de suas famílias a ingressar à universidade.

Nesse cenário, se torna urgente para os estudantes um planejamento financeiro pé no chão, que não só o ajude a pagar a faculdade, mas que também o dê capacidade de investimento na sua carreira pós os estudos.

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